sábado, 8 de setembro de 2012

Academia Grapiúna de Letras e a sociedade

As Academias de Letras sempre foram consideradas como grupos de elite da sociedade. Dom Lucas Cardeal Moreira Neves, parente do saudoso Presidente Tancredo Neves, no seu discurso na recepção na Academia Brasileira de Letras disse: "Sei que, como todas as Academias do mundo, de Platão para cá, também esta se inspira no faustoso Palácio e no mítico Jardim de Academo, abrigo, cenáculo e teatro de acaloradas discussões entre os mais notáveis mestres do pensamento ático: dele, do proprietário da casa e do jardim, a Academia tira o seu nome.
Sei que esse simples nome suscita, pelo menos da Renascença até nossos dias, imagens das mais variadas: de reflexão filosófica e teológica e de pesquisa científica; de artes bélicas ou de belas artes; de ginástica e musculação ou de dança; de culinária ou de artesanato... Sei também quais são as ideias que muitos fazem das academias: que são grêmios elitistas e estanques, de uns poucos privilegiados; que são torres de marfim inacessíveis; que são paraísos deleitáveis, Olimpos ou Empíreos, mas distantes do dia-a-dia e do terra-a-terra do comum dos mortais; que são cumes altaneiros e soberbos mas destacados da planura" (pag. 6). De fato as Academias congregam os grupos especiais da sociedade: artistas, filósofos, cientistas, músicos, poetas etc. Pessoas que usam a forma diferente para expressar seus sentimentos, aprovação ou indignação.
Itabuna tem duas Academias surgidas quase simultaneamente: AGRAL (Academia Grapitua de Letras) e a ALITA (Academia de Letras de Itabuna). As duas Academias, independentes entre si, seguem o exemplo da instituição que remonta ao final do século XIX, quando os escritores e intelectuais brasileiros desejaram uma academia nacional nos moldes da Academia Francesa que já existia há muito tempo. À semelhança da Academia Francesa os membros da academia são vitalícios (imortal) o que impressa o lema latino "ad immortalitem", cuja sucessão dá-se apenas com a morte do ocupante da cadeira.
As primeiras academias de letras no Brasil foram: Academia Brasileira de Letras, fundada em 1724; Academia dos Seletos, fundada em 1752; Academia Brasileira dos Renacidos, fundada em 1759. A iniciativa de fundar a Academia de Letras foi tomada por Lúcio de Mendonça, concretizada em reuniões preparatórias que se iniciaram em 15 de dezembro de 1896 sob a presidência de Machado de Assis. Nessas reuniões, foram aprovados o estatuto da Academia Brasileira de Letras a 28 de janeiro de 1897, compondo-se o seu quadro de quarenta membros fundadores. A 20 de julho desse mesmo ano, era realizada a sessão inaugural, nas instalações do Pedagozium, prédio fronteiro ao Passeio Público, no centro do Rio.
Academia Grapiúna de Letras, por mais que "recém nascida" já tem o vasto trabalho realizado, principalmente ligado com os festejos do Centenário do Nascimento do grande escritor grapiúna, (nascido em Ferradas), o bem conhecido Jorge Amado.
A AGRAL participou ativamente na abertura do Auditório situado na casa do nascimento do escritor em Ferradas. As comemorações de cem anos do seu nascimento foram, marcados pelas atividades culturais realizadas também na "Sala - Teatro - Zélia Lesssa, sexta-feira 10 de agosto. Vários artistas estiveram presentes dando sua parcela de contribuição nesse grande ato. Tivemos poesia, dança, teatro, música, e a Sala " Sala Zélia Lessa" ficou super lotada... Este evento foi uma realização da ACATE - Associação de Cultura Amigos do Teatro e AGRAL - Academia de Grapiúna de Letras. Além da peça teatral, tivemos apresentação do Coral Cantores de Orfeu e do coral (em formação) de AGRAL, sob a regência da maestrina e acadêmica Professora Zélia Lessa.
A AGRAL participou no lançamento do livro "Pedra por Pedras", do escritor e historiador Cláudio Zumaeta, membro da Academia Grapiúna de Letras.
Pessoalmente, estou muito feliz, que se deu a devida homenagem ao Grande e imortal escritor nosso Jorge Amado, mundialmente conhecido das suas obras e que nasceu nesta terra Grapiúna. Dava dor ver a sua casa onde nasceu em Ferradas em ruínas e só um velho cartaz indicava o lugar do seu nascimento. Hoje sem constrangimento podemos levar os visitantes, tanto brasileiros como estrangeiros, conhecer o berço do Jorge Amado.
Academia Grapiúna de Letras, segundo as suas possibilidades está dando uma contribuição na preservação do acervo cultural da nossa terra.
Dom Ceslau Stanula CSsR
Membro da Academia Grapiúna de Letras.
Fonte: Jornal AGORA

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